Foi num desses passeios que Maria Elvira teve ciência de um rapazote (muito robusto, se é que me permite a sutileza) da rua de baixo. Sempre havia tido interesse por "novos ares" além dos que respirava diariamente. Discreta. Passeava pelos arredores de onde costumava estar o seu objeto de admiração.
A noite caiu e Misael costumava dormir cedo. Maria deu-se por sozinha e saiu devagar para não fazer barulho.
Manoel, pois esse era o nome do misterioso rapaz da rua de baixo, esperava a cúmplice nos fundos daquele cinema decadente, onde o que menos importava era o filme. Ora mais, que marido procuraria uma mulher daquele "quilate" no cinema?
Sem demora ela chega. Ardente. Pouco importava se ali estivesse escuro. Se deixavam tomar pelos anseios. Até que uma luz fraca vindo na sua direção os faz perder a concentração. Era Misael. Maria esquecera o bilhete em cima da mesa.
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